A problemática da degradação de estruturas de concreto armado devido à corrosão de armaduras desperta maior preocupação em regiões costeiras, em razão da elevada agressividade deste ambiente decorrente da presença de cloretos. Isto posto, destaca-se a carência de dados de concentração de cloretos de concretos em condição natural de exposição, principalmente no que se refere à zona de atmosfera marinha. Desta forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência da zona de transição do agregado graúdo na penetração de cloretos em prismas de concreto e argamassa constituídos pelos mesmos materiais e relações a/c de 0,45, 0,55 e 0,65, que permaneceram expostos em zona de atmosfera marinha na cidade de Vitória – ES. Empregou-se a potenciometria direta para a determinação da concentração de cloretos e o equipamento utilizado foi o CL 3000 da NDT James Instruments. O perfil de cloretos para as configurações com relação a/c de 0,45 foi determinado nas idades de 1, 2 e 3 anos, para as configurações com a/c de 0,55, nas idades de 1, 1,6 e 2 anos e, para aquelas com relação a/c 0,65, nas idades de 0,3, 0,7 e 1 ano. Os resultados obtidos indicaram que, para as relações a/c de 0,45 e 0,55, os prismas de concreto apresentaram concentração de cloretos superior aos de argamassa, comportamento que pode ser atribuído à zona de transição decorrente da presença dos agregados graúdos, que tornam o concreto um material heterogêneo e aumentam consideravelmente a sua permeabilidade. Já para a relação a/c de 0,65 os prismas de argamassa apresentaram concentração superior aos de concreto, o que pode ser consequência da elevada porosidade dos concretos com relação a/c de 0,65 fazendo com que a influência da zona de transição não seja tão significativa nestes casos.